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Da colaboração entre a IA – Identidades e Afetos, Associação e a APPsyCI resultou primeiro a organização das Jornadas Trans, e, a partir deste evento, um conjunto de trabalhos que agora temos o prazer de divulgar. O nosso objetivo, tanto mais que foi o primeiro evento realizado entre nós sobre o tema, nunca foi o de apresentar um pensamento fechado, mas antes o de abordar o género, quer do ponto de vista conceptual, quer do ponto de vista clínico, após as nossas experiências e questionamentos diversos, atravessados pelo atual momento cultural e certamente em transição. O género não assiste apenas à realidade trans; é uma experiência vivida, mais ou menos conscientemente, por cada uma e qualquer pessoa, nas suas vivências individuais e de relação. Pode, portanto, ser mais ou menos definido, mais ou menos relevante, mais ou menos transitório. Pode variar com a idade ou a época da vida. Para aqueles que, para além de vivenciarem a sua própria experiência de género, também se confrontam na clínica com as experiências, vivências, dúvidas e dores de outrem, torna-se imperioso pensar as questões ligadas ao género, com que nos confrontamos e com que nos confrontamos em situação clínica. Os trabalhos que encontrarão têm perspetivas muito diferentes entre si e têm a sua origem em experiências e em disciplinas distintas. Procurámos essa diversidade mesmo quando discordamos da perspetiva dos autores, pois diferentes perspetivas resultam em novos estímulos e reposicionamentos.