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O Sexo e o Sexual

Em breve teremos percorrido um quarto de século após a entrada no segundo milénio. Como vivemos nós, hoje, o sexo e a sexualidade? Como os pensamos e teorizamos?
Estamos na era do desenvolvimento científico e tecnológico e o invisível parece ter pouco peso no nosso quotidiano. Por isso não se fala do intrapsíquico senão quando ele se impõe. E mesmo então falamos de sintomas ou de síndromes designados por iniciais sem cuidarmos do que lhes subjaz.
Em 1905 Freud escreveu que desde sempre as crianças têm sexualidade e, sublinhemos, psicossexualidade. Apesar do escândalo ficou estabelecida a ligação entre a sexualidade e a organização da personalidade, as relações amorosas e os sintomas. O mais importante da psicossexualidade era a vertente inconsciente, especificamente humana da criação do desejo ligado às necessidades afectivas.
Os anos 60 do século XX ficaram marcados pela revolução sexual. Afirmou-se ostensivamente a liberdade sexual contra a repressão e os tabus. Afirmou-se socialmente que pode haver sexo sem amor. Com o aparecimento da pílula foi possível à mulher dizer que o seu corpo era deveras seu. Este progresso levou à libertação do desejo da mulher e à separação entre desejo e procriação.
Com os movimentos LGBT+ que se afirmaram no tecido social salientou-se, tal como J. Money nos anos 50 havia dito, que sexo e género são dissemelhantes e que a orientação do desejo é variada e variável ou pode mesmo não existir.
Mais recentemente os progressos científicos e tecnológicos mostraram que é possível conceber sem sexo e constituir famílias não binárias que invalidem a teoria da complementaridade dos sexos e dos papéis sócio-familiares.
O que sabemos nós de novo neste campo que possamos afirmar de modo indubitável tendo em conta as mudanças e a enorme variabilidade? À sexualidade retirou-se a parte psico e isso tornou novamente o desejo e a sua existência, misteriosa sem a sustentação da líbido e da fantasia inconsciente? Que papel tem a sexualidade na dinâmica das novas famílias?
E a sua ausência, quando o desejo não se manifesta? Poderá nesta época em que aparentemente não existem tabus haver amor sem sexo?
Isso significa que a psicossexualidade, as fantasias e o afecto deixam de existir? Ou que corpo e psiquismo se reintegram de uma outra forma divergente da do desejo pelo corpo do outro?
Nestas Jornadas que temos o prazer e orgulho em organizar vão estar presentes profissionais de diversas áreas que nos vão ajudar a pensar estas questões e a criar outras tantas, tão complexas e amplas quanto o são o ser humano e o ambiente que ele cria como matriz de si próprio.
 
 
A Comissão Organizadora
Ângela Vila-Real
Ana Sotto-Mayor
Pedro Freitas
Catarina Perpétuo
Giovani Paschoal
Manuel Felino
Rita Garcia

 

Thomas H. Ogden

Assim como o passado não pode ser recuperado, o passado não pode ser subtraído. (...) Quando o sujeito é capaz de sentir que a sua experiência com objectos perdidos nunca é inteiramente perdida, torna-se possível sentir que as experiências dos outros consigo e os símbolos criados por ele podem não ser inteiramente perdidos após a sua morte.

A Matriz da Mente, Relações Objetais e Diálogo Psicanalítico

Serviços Principais da IA...

  • Consultas de apoio psicológico e psicoterapêutico.
  • Investigação e reflexão teórica a partir da actividade clínica.
  • Formação permanente dos  associados.
  • Organização de colóquios e encontros de diálogo interdisciplinar.

Objectivos...

  • Promover o apoio a crianças, jovens, adultos e idosos com dificuldade de integração da sua identidade de género e/ou sexual;
  • Promover o apoio a qualquer tipo de organização familiar;
  • Contribuir para a promoção e prevenção da saúde, com especial incidência na área das identidades e do género;
  • Promover o apoio a crianças, jovens, adultos e idosos com dificuldade de integração da sua identidade de género e/ou sexual;
  • Promover a investigação e conhecimento científico na área do género e da sexualidade;
  • Contribuir para a discussão e adequação de políticas de acção respeitantes ao género e à sexualidade;
  • Promover a educação e formação profissional, alicerçada numa perspectiva psicanalítica, dos diferentes intervenientes nas matérias anteriormente referidas;
  • Promover intervenções multidisciplinares;
  • Promover o conhecimento na área do género e da sexualidade, no intercâmbio científico entre profissionais, terapeutas e investigadores, agrupamentos, associações e sociedades cujas actividades recaiam no seu âmbito;
  • Cultivar a competência, a honestidade e o rigor científico, na mais ampla abertura para as diferentes correntes de pensamento, modelos, metodologias e praxis;
  • Contribuir para a formação permanente e renovada dos seus associados;
  • Contribuir para a discussão e adequação de políticas de acção respeitantes ao género e à sexualidade.

QUESTÕES?

Estamos ao seu dispor para responder a qualquer questão.

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